Rodando
Rodando
Rodando
sempre por essa linha
Entre retas,
curvas do mesmo trecho
Cansado, mas
sempre na minha
Buracos e
becos eu vejo
Buscando
melhor condição de vida
Cabeça cheia
de preocupação
Pensando em
quitar a dívida
Da maldita
prestação
Não deu pra
prestar atenção
Com o cara
na frente do trem
Feito uma
assombração
Ou alma
vinda do além
Tudo isso em
fração de segundo
Era todo meu
tempo do mundo
Só deu mesmo
pra buzinar
Sem nenhuma
chance de evitar
Gritei bem
alto por socorro
Percebi que
não podiam ouvir
Confesso que
quase morro
Eu queria
mesmo sair dali
Minha
consciência me disse: Coitado
Quero ver
como você vai fazer?
Não adianta
ficar assustado
A coisa ta
feia de se ver
Eu ia ter
que liberar a via
Morrendo de
medo e pasmado
Andando, mas
a perna tremia
Cabeça
confusa, desorientado
E o povo já
sem paciência
De tanto
esperar e cansado
Também queria
ter ciência
Do que
acontecia do outro lado
O que tanto
esse maquinista demora?
E que eu tava de brincadeira
E que já estavam perdendo a
hora
Demorando por besteira
Eu apavorado
e confuso
Atrapalhei-me
no microfone
Melhor que
eu fosse surdo e mudo
De tanto
xingarem meu nome
Tanto tempo
com o trem parado
Quando voltei
tava todo quebrado
Com gente na
via e trem vandalizado
Confesso,
tive medo do povo zangado
Então tive
uma idéia
Não sei onde
começou
Pouco
maquiavélica
Mas que
funcionou
Fui pra
longe dali
Encontrar
com alguns manos
Até grana
ofereci
Pra trocar
os meus panos
E voltando
sem o uniforme da empresa
Fingi que
era nóia e andarilho
E o povo
confuso da cabeça
Pensaram que
eu era um mendigo
Finalmente pulei
aquele muro
Alegando ir atrás
de pão duro
E que eu
tava com fome já uns dias
Mas pra
eles, eu trazia uma pista
Pois vi
longe o tal maquinista
Fugi pra bem
longe dali
E depois me
expliquei
Pra chefia
minha situação
Que
entenderam meu caso
Sem me dar
punição
Mas eu
preferia um gancho
Do que esse
cruel fato
Que até hoje
não esqueço
A camisa
fedendo sovaco
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